Arquitetura Moderna
Arquitetura moderna é uma designação genérica para o conjunto de movimentos e escolas arquitetônicas que vieram a caracterizar a arquitetura produzida durante grande parte do século XX (especialmente os períodos entre as décadas de 10 e 50), inserida no contexto artístico e cultural do Modernismo. O termo modernismo é, no entanto, uma referência genérica que não traduz diferenças importantes entre arquitetos de uma mesma época.
Um dos princípios básicos do modernismo foi o de renovar a arquitetura e rejeitar toda a arquitetura anterior ao movimento; principalmente a arquitetura do século XIX expressada no Ecletismo. O rompimento com a história fez parte do discurso de alguns arquitetos modernos, como Le Corbusier e Adolf Loos. Este aspecto - na sua forma simplificada - foi criticado pelo pós-modernismo, que utiliza a revalorização histórica como um de seus motes.
O International Style, conceito inventado pelo crítico Henry Russel Hitchcock e utilizado pela primeira vez em 1932, traduz esta posição de convergência criada pelos CIAM. Com a criação da noção de que os preceitos da arquitetura moderna seguiam uma linha única e coesa, tornou-se mais fácil a sua divulgação e reprodução pelo mundo. Dois países onde alguns arquitetos adotaram os preceitos homogêneos do International Style foram Brasil e Estados Unidos. O International Style traduz um conjunto de vertentes essencialmente europeias (principalmente as arquiteturas de Gropius, Mies e Le Corbusier), ainda que figuras do mundo todo tenham participado dos CIAM. Uma outra vertente, de origem norte-americana, é relacionada à Frank Lloyd Wright e referida como arquitetura orgânica.
Le Corbusier e Oscar Niemeyer
Charles Edouard Jeanneret Gris, mais conhecido como Le Corbusier. Ele foi um arquiteto, urbanista, escultor e pintor de origem suíça e naturalizado francês em 1930. Ele é considerado, juntamente com Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, Mies van der Rohe e Oscar Niemeyer, um dos mais importantes arquitectos do século XX. Conhecido por ter sido o criador da Unité d'Habitation, conceito sobre o qual começou a trabalhar na década de 1920. Os conco pontos da nova arquitetura foi um das conttrbuições de Le Corbusier. A formulação de uma nova linguagem arquitetônica para o século XX se encontram estes cinco pontos, formalizados no projeto da "Villa Savoye":
- Pilotis- Ao tornar todas as construções suspensas, cria-se no ambiente urbano uma perspectiva nova. Uma inédita relação "interno-externo" se criaria entre observador e morador.
- Terraço-jardim- Não mais os telhados do passado. Com o avanço técnico do betão-armado, seria possível aproveitar a última laje da edificação como espaço de lazer.
- Planta livre da estrutura- A definição dos espaços internos não mais estaria atrelada à concepção estrutural. O uso de sistemas viga-pilar em grelhas ortogonais geraria a flexibilidade necessária para a melhor definição espacial interna possível.
- Fachada livre da estrutura- Consequência do tópico anterior. Os pilares devem ser projetados internamente às construções, criando recuos nas lajes de forma a tornar o projeto das aberturas o mais flexível. Deveriam ser abolidos quaisquer resquícios de ornamentação.
- Janela em fita- Localizada a uma certa altura, de um ponto ao outro da fachada, de acordo com a melhor orientação solar.
Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho foi um arquiteto brasileiro, considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Niemeyer foi mais conhecido pelos projetos de edifícios cívicos para Brasília, uma cidade planejada que se tornou a capital do Brasil em 1960, bem como por sua colaboração no grupo de arquitetos que projetou a sede das Nações Unidas em Nova Iorque, nos Estados Unidos. A arquitetura dele foi fortemente influenciada por Le Corbusier, mas, em entrevista, assegurou que isso "não impediu que sua arquitetura seguisse em uma direção diferente".O primeiro grande trabalho individual de Niemeyer foram os projetos de uma série de edifícios na Pampulha, um subúrbio planejado no norte de Belo Horizonte. Esse trabalho, especialmente a Igreja São Francisco de Assis, recebeu elogios da crítica nacional e estrangeira, chamando a atenção internacional a Niemeyer.
Complexo de Pampulha
No início da década de 40, Belo Horizonte já contava com cerca de 220 mil habitantes e seguia crescendo bem além de seu plano original. Surgem novas ideias e planos diretores que buscavam reorganizar a cidade e permitir sua expansão racional. Nesse período, BH passou por intensa modernizaçã em todos os lados da cidade. A época de novas idéias influenciadas pelo pensamento modernista brasileiro que encontra na capital mineira o espaço ideal para se desenvolver.
Com a beleza e o impacto de seu espelho d´água, de suas curvas, da Casa do Baile, do Cassino, do Iate Clube e da Igreja de São Francisco de Assis com seus painéis de Portinari, o complexo da Pampulha se destaca na paisagem de Belo Horizonte. Com o ajuda de Oscar Niemeyer, Burle Marx e Portinari, o complexo de pampulha for criado.
Entre 1942 e 1944 ocorreram as obras, a pedido de Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, com o objetivo de tornar a cidade de vanguarda mundial, além de desenvolver novas áreas mais afastadas do centro da cidade. No projeto encomendado por Juscelino, havia um conjunto de edifícios em torno do lago artificial que seria criado.
A Casa do Baile foi inaugurada em 1943, ela tem uma peculiaridade em relação ao restante do complexo, pois é a única construção que se encontra totalmente sobre uma ilha artificial ligada à orla apenas por uma pequena ponte feita de concreto. Criada para ser espaço de lazer e entretenimento nas noites de BH, a Casa do Baile rapidamente tornou-se palco de atividades musicais e dançantes. Na década de 40, era o lugar onde a alta sociedade se encontrava para grandes bailes e festas. Frequentar o local era, antes de qualquer coisa, um símbolo de status. Com a proibição do jogo que inviabilizou o Cassino, encerrando de vez suas atividades, a antiga Casa do Baile acabou também fechando suas portas em 1948. Desde 2002 quando foi reaberta, a antiga Casa do Baile abriga um centro que discute Urbanismo, Arquitetura e Design, vinculado à Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte.

O Antigo Cassino, atual Museu de Arte Moderna, foi o primeiro prédio do conjunto a ser construído. De imediato à sua inauguração, o cassino da Pampulha passou a receber pessoas de todo o país, transformando assim o cenário da noite belo-horizontina. Grandes artistas, renomados no Brasil e no exterior, que já haviam atuado nos Cassinos da Urca no Rio de Janeiro e no Palácio Quitandinha de Petrópolis vieram a Belo Horizonte. Em abril de 1946, o governo do presidente General Eurico Gaspar Dutra proibiu o jogo em todo o Brasil. Após alguns anos de abandono, o cassino passou a funcionar como museu a partir de 1957. Em seu acervo, o destaque maior são obras da arte contemporânea brasileira. Exposições de artistas renomados como Guingnard, Camile Claudet, Salvador Dalí, Pablo Picasso entre outros, já aconteceram no museu.
O Iate Tênis Clube foi construído em 1942 e tombado em 1994 pelo Iphan, a arquitetura do Iate Tênis Clube (ITC) remete a um barco que se lança nas águas da Pampulha. Tem um tipo de estrutura que permitisse grandes balanços, os espaços internos, ligando salas e jardins (de Burle Marx), num conjunto único e variado. A fachada em forma de proa é inspirada em imagens náuticas popularizadas pelo artista Le Corbusier. O espaço ainda tem toques paisagísticos de Burle Marx e obras de Cândido Portinari. Um dos mais tradicionais da cidade, o Iate Tênis Clube conta com uma infraestrutura completa de lazer e diversão e é palco de grandes festas realizadas em BH.

A Igreja de São Francisco é considerada a obra-prima do conjunto, foi mais conhecida como Igreja da Pampulha seja um local a parte, com bastante originalidade na arquitetura. . Nessa obra o arquiteto lança mão de nova solução construtiva: não mais a estrutura independente, com lajes de concreto apoiadas em pilares, de acordo com o léxico arquitetônico racionalista, mas uma abóbada parabólica de concreto armado, estrutura até então só empregada em obras de engenharia como o hangar de aviões do aeroporto de Orly, em Paris.

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